Encaremos a realidade, hoje em dia as pessoas estão tão compenetradas em sua infindável busca por felicidade que se esquecem de uma das coisas mais essenciais da vida, que é a própria felicidade. Mas como uma pessoa dedicada em seus objetivos, inteligente, e perseguidora da felicidade acaba esquecendo a felicidade? Por mais contraditório que possa soar, perseguir a felicidade é uma das coisas que mais pode trazer tristeza a um indivíduo, afinal, a perspectiva de que precisamos correr atrás da nossa felicidade faz com que nosso inconsciente nos deixe tristes.
Dan Ariely fala sobre a relatividade de nossa mente no livro “Previsivelmente irracional”. O autor mostra como nosso cérebro não tem nenhuma parte que realiza medições dos valores das coisas, então sempre os definimos utilizando comparações, de forma mais clara, um calçado de cinco mil reais é extremamente caro, enquanto um carro de cinco mil reais é barato, a não ser que você seja um bilionário, nesse caso, as duas coisas são baratas. Este exemplo representa bem a relatividade da mente humana, que usa comparações para tudo, então, se você está sempre em busca de algo a mais para ser feliz, seu cérebro associara sua situação atual como “não feliz”, e você nunca ficara plenamente satisfeito.
É enorme a importância de buscar evolução constantemente, melhorar sua vida, buscar seus objetivos com foco e determinação, e sim, todas estas coisas contribuem para uma vida mais feliz. Mas elas não são mandatórias sobre a felicidade, afinal, temos diversos executivos extremamente tristes, enquanto vemos alguns trabalhadores ganhando um salário mínimo e sendo felizes, é importante saber que o sucesso não é requisito da felicidade, embora dê uma mão na maioria dos casos.
Ser feliz não deve ser um objetivo, ser feliz deve ser uma escolha, sim, você pode fazê-la, agora mesmo se quiser. É importante entender que a felicidade não se enc ontra no futuro, mas se vive no presente, aprecie as pequenas conquistas de cada dia, os momentos de lazer, não apenas aproveite as oportunidades, mas viva-as. Em outras palavras, viva cada dia como se fosse o ultimo. Esta frase, extremamente conhecida representa a decisão que deve ser tomada para atingir a felicidade. A simples decisão de viver. Quando foi a última vez que você apreciou o simples ato de andar, admirou com toda sua atenção uma paisagem, ou deu tudo de si para aproveitar um momento com sua família, com seus amigos?
Mas como desfrutar de momentos como esses quando o mundo a nossa volta está ruindo? Como podemos aproveitar a bela vista da janela de um escritório quando na mesa ao lado dela temos uma pilha de quase meio metro de problemas? Como aproveitar uma caminhada quando nossos membros doem ao fazer esforço? Como podemos Aproveitar quando as coisas só dão errado?
Os conhecimentos idealistas que obtive ao ler livros de autoajuda me fazem querer começar a resposta com um “é simples”, mas a realidade é bem diferente, SER FELIZ em momentos difíceis não é simples, entretanto, também não é impossível. Baseado em tradições budistas, a prática se separou da religião e obteve diversas evoluções, seus benefícios são muito bem apresentados no livro “Mindfulness, Atenção Plena” em que o autor mostra como a prática nos ajuda a diminuir nossos níveis de estresse e ansiedade, ao mesmo tempo em que nos ajuda a desenvolver controle emocional e melhora nossa concentração, em ultimo nível podemos dizer que a prática é uma chave para viver a vida de modo mais pleno, dando mais atenção para o presente, e tendo mais facilidade ao ver seus erros como oportunidade de melhoria, ajudando a parar autojulgamento e quebrar os ciclos de pensamentos ruins. São vários os estudos que comprovam a eficácia do mindfulness.
A prática é extremamente simples e pode ser descrita com duas palavras “Apenas Respire”. Isto é, para praticar o mindfulness você precisa apenas de um par de pulmões e alguns minutos diários, sendo que quanto mais você praticar, maiores serão os benefícios. De maneira mais detalhada, para praticar o mindfulness, você precisa respirar e prestar atenção as sensações que a respiração causa, perceba o ar descendo do seu nariz até seus pulmões, perceba os movimentos do diafragma, respire pela boca e depois pelo nariz, analise a diferença entre as sensações. Entretanto, vale lembrar que praticar o mindfulness uma única vez não lhe dará superpoderes, você vai se sentir melhor sim, mas por alguns minutos, horas no máximo, para ter pleno aproveitamento da prática, você precisa usufruir dos momentos de “Atenção plena” que obteve. Seja grato pelas coisas que você pode fazer, reconheça os problemas, mas também reconheça que existem soluções, e reconheça também que você pode ser feliz mesmo que estes problemas estejam fora de seu alcance.
O hábito do mindfulness, mesmo que feitas todo dia, por si só não são nada para a sua felicidade, entretanto, elas dão uma imensa ajuda ao tira-lo do seu piloto automático, para que possa aproveitar melhor cada uma das pequenas coisas da vida, estas sim, levam a genuína felicidade. A decisão de viver o momento presente faz com que nosso cérebro pare de comparar a todo instante as nossas vidas atuais com as vidas que queremos ter, portanto, nosso “comparador” interno não nos faz interpretar nossas vidas como infelizes, e somos mais propensos à gratidão, esta por sua vez, é um outro pilar da felicidade, portanto, possibilitando a você entrar em um ciclo vicioso onde sua felicidade só aumenta cada vez mais, mesmo que você passe por alguns momentos tristes, que são naturais e necessários ao ser humano.
Esperamos que você tenha se sentido feliz ao ler este artigo! 

O que acha de impulsionar essa felicidade com a redução de problemas como o stress no trabalho e a ansiedade? Fale com a gente!